Chegou junho e junto com ele algumas notícias do andamento da pesquisa.
A primeira coisa importante que preciso dizer é que esse mês, finalmente, apresento a conclusão teórica desse período acadêmicos a área da computação. Fico imensamente feliz [ e aliviada ] por ter chegado até aqui, quero muito viver os próximos capítulos desse seriado chamado vida, ao mesmo tempo fico apavorada com tudo que ainda é plano e desejo.
Quero dividir com vocês dois trechos do que escrevi para meu Projeto Integrado Multidisciplinar [ PIM ]. Segue o primeiro:
Contar essas histórias de presença, narrar a existência dessas mulheres é afirmar sua presença desde o início, desde quando não havia o pixel, tela, mouse e esse teclado onde os caracteres estão sendo digitados, pois, foi o labor mental das mulheres, desmembrando problemas intratáveis em etapas sequenciais que deram o pontapé inicial. Mas também, promover o incentivo e contribuir com o despertar e o interesse nessas áreas. Pois segundo o ainda segundo a UNESCO, dentro da população estudantil mundial de mulheres na educação superior, apenas 30% escolheram campos de estudo relacionados a STEM. São observadas diferenças por áreas, onde as matrículas de alunas são baixas em Tecnologia(s) da Informação e Comunicação (TIC) (3%), ciências naturais, matemática e estatística (5%) (UNESCO, 2018).
Então, o desejo de firmar essas presenças é manter presente a história, não somente a partir do ponto de vista das leoas, parafraseando o provérbio africano citado por Mia Couto, mas da compreensão de que não é mais possível um mundo de segregação e apagamento dessas histórias de mulheres que estiveram na vanguarda da tecnologia e da inovação que justifica a existência desse projeto.
Recebi a sugestão de falar sobre o número baixo de mulheres no setor, mas acredito que a afirmação das presenças tem sua importância. Pra mim tem! Meus olhos brilham quando sei de suas histórias, de suas existências, de suas presenças. Percebendo a história e me aprofundando na pesquisa, descobri que o número de mulheres diminui quando a computação passa a ser status, sendo isso o que acontece? Aquilo tudo que já sabemos, né? Quem agora pode estar nesse lugar? Um lugar que antes era dos despossuídos, passaria a ser daqueles que se enxergavam como Engenheiros da computação.
Eis aqui o segundo trecho:
Depois da segunda guerra mundial, houve a redefinição da palavra "computador". As computadoras passaram para a função de programar as funções a serem executadas pelas máquinas, o que antes era realizado em anos-garota, kilogirls, agora passou a ser feito em fração de segundo. O computador como o conhecemos hoje é batizado em homenagem às pessoas que ele substituiu. E apesar de ter sido um trabalho majoritariamente feito por mulheres, é importante dizer que a computação não era exclusivamente feminino. Era um trabalho dos despossuídos, a oportunidade concedida àqueles que não tinham posição financeira ou social para seguir uma carreira científica. (GRIER, DAVID ALAN, 2005) As mulheres provavelmente constituíam o maior número de computadores, mas eram acompanhadas por afro-americanos, judeus, irlandeses e deficientes.
Esse livro do David Alan, *When computers were humans1, infelizmente, só encontrei em inglês.
*Quando computadores eram humanos.
Alguns projetos de formação para acontecer no segundo semestre, conectados essa pesquisa de dança|arte|tecnologia, estão no forninho! Em breve, mais notícias sobre isso! Desde já muito animada porque adoro processos formação e experimentação, adoro compartilhar dessa paixão de inventar junto com ferramentas tecnológicas.
Tem mais algumas coisas que estão acontecendo, mas que ainda não chegou o tempo de compartilhar. Coisas que fazem parte dos planos e desejos que comentei logo de início.
Finalizo deixando, logo abaixo, um singelo álbum de registros que gosto de fazer.
Agradeço quem chegou até aqui, quem pausa seu tempo para ler esse periódico, não tão periódico assim e se você quiser deixar um comentário, fique à vontade que vou adorar ler. :]
GRIER, David Alan. When computers were humans. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005